Adolescente morre após ser medicada em hospital de São José de Ribamar
12 de abril de 2012 às 09:59
Matéria Publicada no Jornal Pequeno
Fotografia: G. Ferreira
A garota chegou à casa de saúde com falta de ar e febre, além de vomitar sangue quando recebia medicação
Elisângela Barros Góis
POR VALQUÍRIA FERREIRA
A adolescente Elisângela Barros Góis, de 15 anos, morreu após ser
medicada no Hospital Municipal de São José de Ribamar, na noite de
terça-feira (10). De acordo com a mãe da garota, Maria José Barros, de
38 anos, a sua filha deu entrada na casa de saúde com sintomas de
cansaço e febre, e saiu morta.
Maria José contou que a menina
começou a passar mal em casa, por volta das 14h, de terça-feira, e
depois se deslocou ao hospital junto com a mãe, andando normalmente. 'O
médico passou três injeções para minha filha, uma delas foi Benzetacil,
mas não fez o teste para saber se a menina era alérgica. Depois
perguntaram se Elisângela estava bem, ela disse que sim e voltamos para
casa', disse.
Após alguns minutos em casa, como disse Maria José,
a garota começou a se sentir pior, o cansaço aumentou e seus familiares
a levaram de volta ao hospital, quando foram atendidos pelo médico Alex
Cipriano Teixeira, que passou uma nova medicação.
'Ele medicou
um soro para ela tomar na veia, com mais duas injeções. Minha filha
começou a suar muito e a cuspir sangue. Desesperada, pedi socorro para
as enfermeiras que ficaram com nojo da menina por causa do sangue.
Depois, outro médico a atendeu, mas não teve jeito, Elisângela estava
morrendo', contou. 'Tenho certeza que esse remédio a matou', completou
Maria José.
Elisângela morreu por volta das 20h30. De acordo com
relatório, escrito de próprio punho pelo médico Renan de Paiva, ele
recebeu a paciente às 19h, apresentando febre e dispneia grave (falta de
ar), e que no plantão anterior ela havia sido medicada e teve o quadro
evoluído. Renan de Paiva relatou que foram realizadas manobras de
ressuscitação, mas não foi possível fazer a intubação devido à
quantidade de secreção e sangue que ela expelia.
A família da
adolescente se disse inconformada com o ocorrido. 'Minha filha não tinha
problemas de saúde, não tinha asma. Ela passou mal e morreu quando
estava sendo medicada. Quero que o caso seja investigado e os
responsáveis punidos', contou o pai de Elisângela, Raimundo Valderes
Góis.
Foi informado que o corpo da garota ficou até as 2h da
madrugada, de ontem, no necrotério do hospital e depois levado para o
Instituto Médico Legal (IML), de São Luís, para ser examinado a fim de
ser constatada a verdadeira causa da morte. A família de Elisângela
registrou o fato no Plantão do Cohatrac, pedindo para que o caso seja
investigado.
PM no hospital – A reportagem do Jornal Pequeno
procurou a direção do hospital, no qual a adolescente foi atendida, em
busca de esclarecimentos; entretanto, após passar mais de 30 minutos
aguardando, foi informada pela coordenadora da Ouvidoria da casa de
saúde, identificada apenas como Lauriane, de que todos os diretores
estavam em reunião e não iriam poder atender naquele momento. E, para
evitar o acesso da imprensa e de familiares da garota, às instalações da
unidade hospitalar, a direção solicitou a presença de duas guarnições
do 6º Batalhão de Polícia Militar, alegando que o hospital estaria sendo
invadido.
O velório da adolescente acontece no templo da Igreja
Assembleia de Deus, na Rua São Pedro, no Bairro do Outeiro – São José de
Ribamar, na mesma rua onde Elisângela residia. O corpo dela deve ser
sepultado na manhã de hoje (12), em um cemitério do município.
Outro lado – A respeito do falecimento da adolescente Elisângela Barros
Góis, a Prefeitura de São José de Ribamar, por meio de sua assessoria de
comunicação, informou que todos os procedimentos médicos foram adotados
para atender bem à paciente e evitar o falecimento.
Foi
informado ainda que 'a paciente Elisângela Barros Góis, de 15 anos,
moradora do Bairro J. Câmara, localizado na sede do município de São
José de Ribamar, deu entrada no Hospital Municipal na manhã da última
terça-feira (10), apresentando febre e tosse seca, sintomas estes que,
segundos os familiares da própria paciente, já eram apresentados pela
adolescente desde o último fim de semana.
A paciente foi
prontamente atendida, medicada e ficou em observação por algumas
horas. No início da tarde, apresentou quadro de melhora, sendo liberada
da unidade de saúde a pedido dos próprios familiares.
A paciente
retornou ao hospital no início da noite, apresentando quadro clínico com
considerável piora, manifestada por intensa falta de ar e hemorragia a
esclarecer. Foi imediatamente internada, sendo acometida, logo em
seguida, por uma parada cardiopulmonar.
A equipe médica realizou
todas as manobras de ressuscitação. No entanto, não obteve êxito, sendo
que a paciente veio a falecer às 20h30.
O corpo da paciente foi
encaminhado para o Instituto Médico Legal, em São Luís, onde o Serviço
de Verificação de Óbito (SVO) emitirá laudo apontando a causa da morte.'