Do Atual 7
Enquanto a governadora sub judice do
Maranhão repete 2010 e segue com assinaturas de convênios entre a Secid
e prefeituras do Estado, pelo menos duas obras, da época em que o
pré-candidato e secretário de Infraestrutura do governo, Luis Fernando
Silva, era prefeito de São José de Ribamar, permanecem inacabadas no
município.
Levantamento feito pelo Atual7 e pelo
Blog Marrapá constatou que, no mesmo ano em que o hoje deputado federal
Weverton Rocha autorizada a demolição do Ginásio Costa Rodrigues em São
Luís, a terceira maior cidade maranhense em termos populacionais era
‘presenteada’ com a assinatura do então prefeito Luis Fernando – coisa
que o peemedebista gosta de fazer, autorizando uma reforma e ampliação
do Estádio Municipal Dário Santos, o ‘Caldeirão do Peixe’, localizado no
bairro do Moropóia.
Obras
inacabadas do Estádio Municipal Dário Santos, o ‘Costa Rodrigues’ de
Luis Fernando e Gil Cutrim em São José de Ribamar. Foto: Leandro Miranda
/ Blog Marrapá
Orçada em R$ 2.967.012,56, a obra previa
a construção de arquibancada coberta para 800 lugares individuais
[cadeiras] e de uma área descoberta com capacidade para cerca de dois
mil torcedores, e deveria ser entregue no prazo máximo de um ano. Cinco
anos depois da assinatura de ordem de serviço, a empresa ENGEPEC –
Engenharia, Gerenciamento, Planejamento de Construção Ltda levou o
dinheiro, após mais de cinco termos aditivos ao contrato inicial, e a
construção permanece inacabada.
Gil Cutrim, que hoje senta na cadeira da
Federação dos Municípios após auxílio bruto de seu pai, o conselheiro e
presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE/MA), Edmar Cutrim, era
vice de Luis Fernando naquele ano. Já com o comando total do município
ribamarense, o também peemedebista superfaturou a obra, aumentando o
orçamento para mais R$ 2,5 milhões.
Gil Cutrim chegou a visitar as obras do Dário Santos. Foto: Divulgação / PMSJR
Outra obra que permaneceu nos sonhos da
população que acreditou nas promessas do ‘modelo de gestão pública’ de
Luis Fernando foi a Praça da Juventude, localizada no bairro do Parque
Vitória.
Financiada pelo Ministério dos Esportes,
a praça é de iniciativa do presidente da Embratur e principal
adversário do ex-prefeito de São José de Ribamar nas eleições de 2014,
Flávio Dino.
Então deputado federal, Dino articulou a
liberação de R$ 1.462.500,00 em verbas para a construção de quadras,
campo de futebol, pistas de atletismo e áreas de lazer para idosos, que
beneficiariam a população do Parque Vitória e região.
De acordo com o Portal da Transparência
do Governo Federal, do montante, pelo menos R$ 930.150,00 já caíram nas
contas da Prefeitura de São José de Ribamar, sendo a liberação de
recursos mais recente datada em 14 de dezembro de 2012, já na gestão de
Gil Cutrim, no valor de R$ 63.180,00. A empresa responsável pela obra é a
Sette Engenharia e Pré-moldados, com possível sede em Paço do Lumiar.
Dados do Portal da Transparência do Governo Federal. Foto: Reprodução
O prazo estabelecido para conclusão das
obras de engenharia da Praça da Juventude era de 180 dias. A vigência do
contrato de convênio teve início em dezembro de 2009, quando estava na
prefeitura de São José de Ribamar o atual secretário de Estado de
infraestrutura, e se encerra em 30 de setembro de 2013, já com Gil
Cutrim do comando. A obra, abandonada pelas duas gestões, está sendo
tomada pela ferrugem.
Por ter sua gestão envolvida no
escândalo de convênios eleitoreiros que resultou no pedido de cassação
de mandato de Roseana Sarney no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luis
Fernando Silva deve ter ainda a sua fama de ‘bom moço’ manchada em maior
peso, caso o presidente do TCE/MA atenda um requerimento recente, que
pede a cópia das prestações de contas da execução dos convênios
celebrados entre o Governo do Estado e diversos municípios em 2010.
Placa é das obras e serviços de engenharia ainda é da gestão passada. Foto: Leandro Miranda / Blog Marrapá
Na luta para não queimar o seu próprio e
nome do filho – e não o do ex-prefeito de Ribamar, Edmar Cutrim
elabora, porém, um meio de negar, legalmente, os documentos entregues
pelas prefeituras ao tribunal, sob o risco da revelação de que outras
obras, que deveriam ter sido feitas com as verbas repassadas do Governo
Estadual e Federal, nunca terem saído do papel.